29.7.11

Entre dois.




Tão altos os brados, tão dura acusação.
Eram como trovões num céu escuro, iluminando por segundos o breu da imensidão.
E não se viam mesmo assim.
Talvez fosse a distância entre ambos, centímetros multiplicados por ríspidas ofensas.
Não se via a outra margem, estavam tão longe....

Então, a porta que se fechou nunca mais abriu.
E separou aquilo que reinava onipotente entre ele e ela.
Era fria e imóvel como a estátua de pedra que saúda a coragem dos mortos.
E era triste como eles.

Agora queria de volta, mesmo querendo longe.
Se culpava pelo que havia se tornado.
Clamava por sentir juntos, aquilo que hoje sentiam separados.

Daí vem o silêncio.
A calmaria perturbadora que devora a sanidade.
Preferia o grito e a desordem, toda manifestação de dor,
ao torpor moribundo de quem vê partir o grande amor.

Uma única lágrima.
De repente tudo parecia tão bom......






( Poesia feita lá pelos idos de 2007 após um óbvio pé na bunda. Recordar é viver...)




Um comentário:

  1. "Preferia o grito e a desordem, toda manifestação de dor,
    ao torpor moribundo de quem vê partir o grande amor."

    Não preciso dizer mais nada....

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